Total de visualizações de página

terça-feira, 23 de abril de 2013

Sou dona de mim...

Sou dona de mim...
Da minha vida e do meu destino. sigo meu bom senso, minha razão, minha emoção e minha sede de ser livre. bom é viver assim, sem amarras, sem apego ao passado e sem preocupação com questões que ainda não foram superadas, pois o mundo ainda precisa evoluir muito, há muito o que superar. eu penso, reflito e analiso: sou um ser em constante mutação, sou eu mesma, mas não sou sempre a mesma. não sou normal, pois ser normal é chato, é repetitivo, e eu gosto de transformações. gosto de olhar por vários prismas, mudar de opinião, de gosto, etc. a mudança não é somente física, mas também é abstrata e intrínseca. a beleza e juventude se vão, mas o conteúdo da alma permanece .

Para você.

Para você, que só conhece a minha luz, 
fácil é me amar vendo apenas o sol e as estrelas que residem em mim...
É bom amar quem não pisa em flores,
quem não machuca árvores com canivete,
quem não arremessa conchas na estrada quente e insegura.
Mas me amar no abismo, são para poucos heróis,
pois, é enlouquecedor esperar que meus sonhos reapareçam,
que meu jardim refloresça,
que meu sorriso restabeleça .
Para você, que não conhece a minha escuridão,
fácil é se frustrar ao perceber que talvez não me conheça
o suficiente para continuar amando o meu coração.

Coisas da Vida

Coisas da vida....

Sempre me fragilizei ao me deparar com a ingratidão,
não tem jeito,
é inevitável não sentir o gosto amargo da falta de amor...
De fato, é muito dolorida, mas nessas horas, disponho-me a desfrutar da minha digna elegância,
um sorriso e um silêncio e fim.
Me livro do nó...
Ainda com o peito enjoado, mas com um frasco de tempo no bolso, que naturalmente vai curando a mágoa, que um dia contaminou o meu coração.

Coisas da Vida

domingo, 7 de abril de 2013

Supondo o errado!





“Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu esteja sorrindo logo hoje que não é dia de eu sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre os meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade. Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade.”

[Clarice Lispector] - 

Um Sopro de Vida.

“Fiz o que era mais urgente: uma prece.
Rezo para achar o meu verdadeiro caminho. Mas descobri que não me entrego totalmente à prece, parece-me que sei que o verdadeiro caminho é com dor. Há uma lei secreta e para mim incompreensível: só através do sofrimento se encontra a felicidade. Tenho medo de mim pois sou sempre apta a poder sofrer. Se eu não me amar estarei perdida — porque ninguém me ama a ponto de ser eu, de me ser. Tenho que me querer para dar alguma coisa a mim. Tenho que valer alguma coisa? Oh protegei-me de mim mesma, que me persigo. Valho qualquer coisa em relação aos outros — mas em relação a mim, sou nada.
É tão bom ter a quem pedir. Nem me incomodo muito se eu não for totalmente atendida. Eu peço a Deus para eu ser mais bonita — e não é que meu olho faísca ao mesmo tempo que meus lábios parecem mais doces e cheios? Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso. É o que me cabe. Ser ou não ser atendida — isso não me cabe a mim, isto já é matéria-mágica que se me dá ou se retrai. Obstinada, eu rezo.
Eu não tenho o poder. Tenho a prece.

LISPECTOR. Clarice.

sábado, 6 de abril de 2013

Resumo da minha vida...

Só que aí eu acabei mudando. E foi mudança aos poucos, porque até hoje me dou conta de coisas minhas que já não estão mais lá e, quem roubou, eu jamais vou saber. O sorriso mudou e a vontade de sorrir pra qualquer pessoa também, graças a Deus. Foi por sorrir tanto de graça que eu paguei tão caro por todas as coisas que me aconteceram. Às vezes me pego olhando ao meu redor e vendo tanta menina parecida comigo. Tanto sentimento gritando de bocas caladas e escorrendo de peles secas. Tanta coisa acontece com a gente. Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica. E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui - ou achei que tivesse sido - feliz. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queira muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas. E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar.”

— Tati Bernardi.